Dúvidas Frequentes

Angiologia e Cirurgia Vascular

Muitas pessoas reclamam de dores nas pernas e se perguntam se isso pode ser um problema circulatório. Mas para sabermos, é necessário analisarmos algumas características da dor: se gera inchaços, o horário que se inicia e por quanto tempo se prolonga. Dores de origem vascular, podem ocorrer por duas causas principais: origem nas veias ou origem nas artérias. – Origem vascular venosa: ocorre principalmente em pacientes portadores de varizes, o que gera cansaço nas pernas, inchaço ao final do dia, principalmente após permanecerem muito tempo em pé ou sentados, associado normalmente a sensação de peso nos membros. – Origem vascular arterial, ocorre geralmente em pacientes idosos, sedentários, fumantes, ou em pessoas que tem pressão alta e/ou são diabéticas, ocasionando assim, a deposição de placas no interior das artérias (aterosclerose), e consequentemente uma diminuição do aporte sanguíneo nos membros. Esta dor é caracterizada por piora com o movimento ou com a atividade física. Dores nas pernas também podem ser de origem óssea, hormonal, neurológica ou muscular. Consulte sempre um médico para ter o tratamento adequado.

Você sabia que as telangectasias (vasinhos avermelhados e superficiais na pele) tem tratamento? O mais utilizado atualmente é a escleroterapia (“aplicação”), que consiste na administração de um medicamento para esclerosar (“secar”) este vaso. Há também a opção de tratamentos feitos com LASER, que demanda conhecimento médico específico e grande responsabilidade. Cuide bem das suas pernas, não deixe os vasinhos aumentarem, pois isso dificultar seu tratamento no futuro. Para mais informações, agende uma consulta com o médico especialista.

Câimbras são contrações involuntárias nos músculos e podem ser causadas por alguns motivos: Uso exagerado da musculatura, frio intenso, desidratação, má circulação, carência de sais minerais, compressão de raízes nervosas, entre outros. Quando essa dor ocorrer, é aconselhável realizar movimentos contrários à contração da musculatura, até obter o relaxamento muscular. Repouse um pouco e não force a musculatura afetada. Apesar da câimbra não apresentar cura, alguns cuidados simples podem prevenir a repetição das crises: Boa hidratação, exercícios de alongamento rotineiros, alimentação balanceada, prevenção e controle da doença venosa, dentre outras medidas simples. Não deixe de procurar um especialista para orientações e tratamento.

O final de semana está chegando e nesses dias as mulheres não dispensam o uso de salto alto para irem a uma festa, sair com o namorado ou com as amigas. Porém, o uso prolongado de saltos pode gerar cansaço exacerbado nas pernas, naquelas pacientes que já apresentam algum grau de doença venosa. Muitas pessoas acreditam que o uso de salto alto desencadeia a formação de varizes. ISSO É UMA LENDA! Na verdade, o salto alto evita que haja a contração fisiológica na musculatura da panturrilha durante a deambulação e isso reduz o bombeamento sanguíneo em direção ao coração. Dessa forma a pressão venosa na perna aumenta assim como os sintomas. Uma dica muito boa para amenizar o impacto circulatório é realizar exercícios físicos simples, que até podem ser feitos quando você está sentada no trabalho: faça alguns movimentos como se estivesse pisando no pedal do acelerador, de forma a movimentar toda articulação do tornozelo. Repita isso algumas vezes e depois relaxe a perna. O exercício ajuda a melhorar o retorno do sangue para o coração e reduzir os seus sintomas ao final do dia. Procure sempre um especialista em Angiologia / Cirurgia Vascular para orientações!

Como prevenir esse mal que preocupa tanto as pessoas (principalmente as mulheres)? Hoje vamos dar algumas dicas para evitar ou retardar o aparecimento das varizes assim como reduzir os sintomas da insuficiência venosa: – Fazer exercícios regularmente: Caminhar, subir escadas ao invés de usar o elevador, se movimentar no trabalho, fazer ginástica e musculação auxiliam na circulação sanguínea das pernas. – Alimentação saudável: Consumir regularmente líquidos, ter uma alimentação rica em fibras, evitar o fumo e o sobrepeso também ajudam. – Relaxar as pernas: Deitar-se com as pernas elevadas faz bem. Deixar os pés acima do coração auxilia o retorno venoso, favorecendo uma melhor circulação venosa. – Meias elásticas medicinais: A compressão exercida por essas meias evita inchaços e facilita o fluxo no retorno venoso. É importante ficarmos atentos ao tamanho e ao seu grau de compressão. – Moderar o uso de saltos altos: saltos muito altos e passar muito tempo com o mesmo calçado pode prejudicar a circulação venosa e também reduzir a contração muscular da panturrilha. Seguindo essas dicas, você irá prevenir não apenas as varizes, mas terá também uma vida mais saudável em todos os aspectos.

A Escleroterapia é um procedimento realizado rotineiramente desde os anos 30, e tem como objetivo, atualmente, “secar” aqueles vasinhos tão indesejados. Hoje, com a evolução da tecnologia, nós dispomos de inúmeras técnicas para a realização da esclerose, como a crioescleroterapia (resfriamento a -45ºC do esclerosante) ou mesmo o LASER Transdérmico ND YAG. Estes procedimentos devem ser feitos por um médico especialista nessa área, já que o seu uso inadequado pode levar a sérias complicações. As técnicas mais recentes disponibilizam o tratamento de vasinhos na face, no nariz, no pé ou em qualquer outra região do corpo, acabando com o desconforto que abrange grande parte das pessoas no dia a dia.

Cardiologia

  • O paciente mantenha-se hidratado
  • Utilize meias elásticas
  • Evite ambientes quente e aglomerados
  • Alimente-se de 3/3 horas. O jejum prolongado pode predispor ao desmaio.
  • Fazer exercícios físicos regularmente, principalmente para as pernas.
  • Ao sentir os primeiros sintomas, deite-se e levante as pernas.

Entenda as vantagens da atividade física

O sedentarismo pode ser definido como falta de atividade física suficiente, o que pode afetar potencialmente a saúde do indivíduo.

Praticar atividade física regular na maioria dos dias da semana diminui o risco de desenvolver ou morrer de várias doenças associadas ao sedentarismo.

Atividade física regular pode melhorar a saúde das seguintes formas:

  • Reduz o risco de morrer prematuramente.
  • Reduz o risco de morrer de doença cardiovascular.
  • Diminui o risco de desenvolver diabetes.
  • Reduz o risco de desenvolver pressão alta.
  • Ajuda a diminuir a pressão sanguínea em pessoas que já têm pressão alta.
  • Diminui os sentimentos de ansiedade e depressão.
  • Ajuda a controlar o peso corporal.
  • Ajuda a manter ossos, músculos e articulações saudáveis.
  • Ajuda idosos a ficarem mais fortes e mais capazes de mover sem cair.
  • Promove o bem-estar psicológico.

Cirurgia de Aparelho Digestivo

A vesícula biliar é um órgão saculiforme que fica anexo ao fígado e tem como função armazenar bile para ajudar na digestão dos alimentos durante as refeições. A bile é um líquido esverdeado composto por ácidos e pigmentos biliares, lecitina, colesterol, cuja função é auxiliar na digestão da gordura ingerida e contribuir para a absorção das vitaminas A, D, E e K.

Quando há um desbalanço entre os componentes da bile, formam-se cristais que se agrupam culminando na formação de cálculos. Estes cálculos são, em sua maioria, formados por colesterol (80%) e bilirrubinato de cálcio (20%). A maioria dos pacientes com colelitíase não apresentam sintomas.
Quando sintomáticos, a apresentação mais comum é dor abdominal na parte superior direita do abdome, que pode irradiar para as costas e ser acompanhada de náuseas e vômitos. Quando há migração do cálculo com obstrução da via biliar, o paciente pode apresentar coloração amarelada de olhos e pele (icterícia).
As complicações da colelitíase são:

  • Colecistite aguda – inflamação da vesícula
  • Coledocolitíase – migração do cálculo com obstrução da via biliar
  • Pancreatite aguda – migração do cálculo causando inflamação do pâncreas
  • Colangite aguda – Obstrução da via biliar seguida de infecção

O tratamento da colelitíase é cirúrgico. Atualmente o padrão-ouro é a cirurgia por videolaparoscopia

Hemorroidas são vasos sanguíneos presentes no canal anal. Elas dilatam e retraem conforme a pressão abdominal e participam do processo de continência anal.

A doença hemorroidária acontece quando esses vasos se dilatam além do normal, tornando-se varicosas.
Os sintomas mais comuns relacionados à doença hemorroidária são sensação de nódulo no ânus e sangramento vermelho vivo indolor.

As hemorroidas podem ser classificadas como internas e externas.

As internas estão dentro do canal anal e podem se apresentar como um prolapso que pode ou não retornar espontaneamente. Hemorroidas internas não doem, porque não possuem inervação de dor.
Hemorroidas internas são classificadas em 4 graus:

  • Hemorroidas grau I: não se exteriorizam através do ânus.
  • Hemorroidas grau II: exteriorizam através do ânus durante a evacuação, mas retornam espontaneamente.
  • Hemorroidas grau III: exteriorizam através do ânus e só retornam com manobra digital
  • Hemorroidas grau IV: estão permanentemente exteriorizadas

O tratamento das Hemorroidas internas baseia-se na regularização do hábito intestinal com uma dieta rica em fibras e líquidos. Nos graus II ou III pode-se tentar tratamento com ligadura elástica com bons resultados. Já nas hemorroidas grau IV, o tratamento cirúrgico se impõe.

Quando optado pelo tratamento cirúrgico, existem diversas técnicas: aberta ou fechada, grampeada, THD – técnica que usa ultrassonografia Doppler para fazer a ligadura dos mamilos hemorroidários dentro do canal anal.

Hemorroidas externas ficam na borda anal e podem sangrar ou sofrerem trombose. Quando há uma trombose, a apresentação clínica mais importante é dor de forte intensidade associada a inchaço local. O tratamento normalmente é clínico, baseado em analgésicos e banho de assento.

Fístula perianal é uma comunicação anormal entre o canal anal e a pele ao redor do ânus. Origina-se, mais comumente, pela obstrução de uma glândula dentro do canal anal que infecciona, culminando com a drenagem através da pele.

As fístulas perianais acometem 2 vezes mais homens que mulheres e podem estar relacionadas a outras causas como doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn), neoplasias, radioterapia ou trauma.

Os sintomas mais comuns é o aparecimento de uma pequena nodulação na região perianal com orifício por onde sai secreção sanguinolenta ou purulenta. Em alguns casos, a fístula é precedida por um abscesso perianal, que é uma tumoração dolorosa na região que após drenagem pode se tornar uma fístula.

À palpação, pode-se notar um trajeto endurecido entre o orifício externo e o interno quando são mais superficiais. Trajetos fistulosos mais profundos são mais difíceis de palpar. Nesses casos pode ser necessária a realização de exames complementares como ressonância nuclear magnética de pelve ou ultrassom endoanal.

Existem quatro tipos de fístula perianal que são classificados de acordo com o acometimento dos esfíncteres interno e externo (músculos que são responsáveis pela continência).

Tipos de fístula

A – Superficial
B – Interesfincteriana
C – Transesfincteriana
D – Supraesfincteriana
E – Extraesfincteriana

Tratamento

O tratamento da fístula perianal é cirúrgico e é baseado basicamente na abertura do trajeto fistuloso, fazendo com que a cicatrização feche o trajeto. Em fístulas mais profundas onde há um acometimento maior da musculatura esfincteriana pode ser necessária a utilização de um fio para indução de fibrose (cicatriz) e então em um segundo procedimento é realizada a secção do resto da musculatura, diminuindo assim o risco de comprometimento da continência anal.

As fístulas perianais mais superficiais tem índice de recidiva menor. Já em fístulas mais complexas, pode ser necessária a realização de mais de um procedimento para tratamento definitivo. Abaixo estão descritos outros tipos de procedimento.

O LIFT, procedimento de ligadura interesfincteriana do trajeto fistuloso, utilizado em casos de trajetos mais longos com acometimento importante do esfíncter externo, a fim de poupá-lo.
Plug de colágeno é outra alternativa para obstruir o trajeto impedindo a saída de secreção e facilitando a cicatrização.

A cola de fibrina é um material feito à base de duas substâncias tiradas do sangue humano e de uma do sangue bovino. Também serve para ocluir o trajeto fistuloso e cicatrizar os tecidos.

VAAFT é o tratamento em que é utilizada uma pequena câmera (fistuloscópio) para explorar o trajeto fistuloso até o orifício interno. Uma vez identificado o orifício interno, é realizada a cauterização de todo o trajeto fistuloso com seu posterior desbridamento a fim de formar uma superfície cruenta para facilitar cicatrização do trajeto.

Fissura anal é uma pequena ferida que surge na borda do ânus, mais comumente na linha média posterior. Acomete igualmente homens e mulheres.

O principal sintoma é a dor durante a evacuação, de forte intensidade. Sangramento vermelho vivo também pode acontecer.

Existem dois tipos de fissura anal:

  • Fissura aguda: é mais superficial, mais dolorosa, com pouco tempo de evolução
  • Fissura crônica: costuma ser mais profunda, às vezes com exposição das fibras do músculo esfíncter interno e geralmente é acompanhada por uma papila hipertrófica e plicoma sentinela

A causa da fissura normalmente é uma contração mais forte do esfíncter interno, que tem contração involuntária. Conhecida como hipertonia, essa contração mais forte impede a circulação de sangue na região da fissura e, durante as evacuações, vai se formando a ferida que tem dificuldade de cicatrizar pelo baixo fluxo sanguíneo local. Hábito intestinal constipado e fezes ressecadas contribuem para a formação da fissura.

Existem outras causas menos comuns como DST, câncer de canal anal, doença de Crohn.

O tratamento da fissura pode ser clínico ou cirúrgico. Fissuras anais agudas normalmente respondem bem ao tratamento clínico com medicamentos tópicos (pomadas) que agem na diminuição da contração do esfíncter interno e medicamentos que regularizam o hábito intestinal.

As fissuras crônicas, por outro lado, não respondem bem ao tratamento com medicamentos. Nesses casos é necessária a realização de um procedimento chamado esfincteromia lateral esquerda, em que o músculo esfíncter interno é seccionado parcialmente para diminuir sua contração.

Procure seu especialista.

Você já fez colonoscopia?

O tumor colorretal (intestino grosso) é o 3º câncer mais comum em homens e mulheres. Pode manifestar-se sob a forma de sangue ou muco nas fezes, diarréia ou constipação intestinal, anemia, distensão abdominal e emagrecimento sem causa aparente. No entanto, na maioria das vezes o paciente não sente absolutamente nada, ou seja, é assintomático, e quando passa a apresentar os sintomas o tumor já se encontra em fase avançada de doença.

Esse tipo de tumor chama-se adenocarcinoma e tem origem em uma mutação celular do tecido que reveste o interior do intestino grosso. E uma vez iniciado o processo invade progressivamente outros órgãos, evoluindo a óbito se não tratado adequadamente. Tem como principais fatores de risco a obesidade, sedentarismo, dieta pobre em fibras, alto consumo de gordura, doença inflamatória intestinal (tipo de colite) e antecedente familiar de câncer de cólon.

Então o que fazer? Existe prevenção ou diagnóstico precoce? E para aqueles que possuem histórico familiar de câncer, muda alguma coisa?

O adenocarcinoma colorretal é um tumor passível de prevenção, porque inicia-se como um pólipo benigno que tem o formato de uma “verruga” dentro do intestino, evoluindo para um tumor maligno caso não seja retirado precocemente. E ai que entra a colonoscopia, que constitui um exame diagnóstico e terapêutico, avaliando toda a extensão do intestino grosso em busca de pólipos para serem retirados.

A recomendação é que todas as pessoas com idade igual ou maior que 50 anos realizem uma colonoscopia de ratreio, no intuito de retirar pólipos em fase precoce de evolução, diminuindo muito o risco de apresentar câncer colorretal. E para aqueles que possuem familiares que foram acometidos o rastreio pode ser iniciado mais precocemente dependendo do caso.

Procure um especialista para melhor orientação.

A SII é uma doença funcional do intestino. O que significa isso?

Significa que não há alterações estruturais ou anatômicas que estejam causando os sintomas, ou seja, os órgãos são aparentemente normais, mas não funcionam apropriadamente. A literatura aponta para um possível aumento da sensibilidade visceral e a alterações motoras do intestino.

Esta doença afeta aproximadamente 15% das pessoas em todos os países, mas esse número pode ser ainda maior devido a muitos casos subdiagnosticados por falta de informação. E há um claro predomínio de paciente do sexo feminino, associada a fatores de estresse emocional e ansiedade piorando os sintomas.

Os principais sintomas são dores abdominais em crises de cólica, associada à distensão do abdome e alteração do hábito intestinal, oscilação entre diarreia e constipação ou a predominância de uma delas.

Pode haver também sensação de evacuação incompleta (vontade de evacuar mas sem saída de fezes). Esse quadro pode se manifestar cronicamente com piora progressiva ou, mais rapidamente, após um episódio de infecção intestinal aguda e apresentar períodos variados de melhora ou piora importante.

A SII não causa sangramento intestinal, febre, anorexia, anemia, desnutrição ou perda ponderal. Portanto, uma investigação criteriosa deve ser realizada caso apresente algum desses sintomas de alarme.

O tratamento é composto por medidas medicamentosas e orientações para mudanças comportamentais. A avaliação e acompanhamento médico são fundamentais para o diagnóstico e terapêutica.

A obesidade tem sido o foco de inúmeras pesquisas em toda a comunidade científica mundial, por ter assumido proporções epidêmicas desde a década de 90.

Aspectos da evolução da humanidade são apontados como principais causas dos achados atuais, com modificações comportamentais e alimentares, favorecendo a pouca atividade física e gasto energético associada à facilidade do grande consumo de alimentos hipercalóricos.

A dieta saturada de carboidratos e gorduras ganha espaço a cada dia na mesa dos brasileiros, ocupando o lugar de alimentos nutritivos ricos em fibras, proteínas magras e vitaminas, fundamentais para a saúde. A disseminação do fast-food, congelados, embutidos e salgados fritos, trazem, além da facilidade de acesso e praticidade, a deteriorização do metabolismo e sistema endócrino.

A predisposição genética para desenvolver obesidade também tem sido estudada, identificando-se mutações que alteram o metabolismo energético, induzindo a maior produção e acumulo de gordura visceral, principalmente.

Outra questão importante é o fato das pessoas desconhecerem o fato de serem obesas, muitas vezes pensam que estão somente acima do peso, mas na realidade já estão expostas a todo o impacto metabólico da doença obesidade.

As doenças desencadeadas ou agravadas pela obesidade disputam espaço em uma extensa lista, sendo as mais frequentes: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, elevação do colesterol e triglicérides, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, trombose de membros inferiores e osteoartropatias.

As modalidades de tratamento requerem uma ação multidisciplinar com nutricionista, endocrinologista, cardiologista, psicólogo, e cirurgião do aparelho digestivo se houver indicação de tratamento cirúrgico.

Calcule seu IMC (índice de massa corpórea): P/a² (peso dividido por altura ao quadrado)

Caso seu IMC encontre-se igual ou acima de 30 procure atendimento médico, porque você já está obeso.

A Doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE) é causada pelo retorno do conteúdo ácido proveniente do estômago ao esôfago causando sintomas como queimação retroesternal ( “ no peito”), pirose( “azia”) e regurgitação ( “gosto amargo na boca”). Podemos classificar o refluxo como doença a partir do momento que o paciente seja acometido por mais de duas crises na semana , por um período superior a seis semanas. Esta é a afecção mais comum do trato digestivo.

A DRGE é uma afecção típica da civilização ocidental , sendo mais prevalente em idosos e gestantes. Temos como os principais fatores de risco para o desenvolvimento do refluxo a obesidade, sedentarismo, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e de alimentos que predispõem a subida do ácido ao esôfago como café, chocolate, menta, gordura animal, frituras, pimenta entre outros.

O diagnóstico pode ser confirmado com a associação da clínica e exames complementares. A endoscopia digestiva alta pode identificar alterações sugestivas do refluxo como a esofagite. A phmetria é o exame que confirma e quantifica o refluxo. A manometria esofágica e a seriografia também fazem parte da investigação. A indicação dos mesmos não é universal, devendo ser individualizada pelo especialista para cada caso.

O tratamento se baseia em três pilares básicos: correção de hábitos alimentares, combate ao sedentarismo e introdução de medicação com orientação médica especializada. O fracionamento das refeições , uso de alimentos saudáveis e naturais e evitar deitar após as refeições são medidas básicas que apresentam boa resposta. A prática de exercícios físicos regulares ajuda a combater a obesidade e acelera a motilidade do trato digestivo ajudando a evitar o refluxo do conteúdo gastrico para o esôfago.

Existe atualmente uma infinidade de medicamentos usados no tratamento da DRGE. Temos antiácidos que combatem a azia ( ex:hidróxido de alumínio , hidróxido de magnésio.) apesar de apresentarem efeitos colaterais e melhora efêmera dos sintomas. Podemos usar medicamentos que inibem a secreção de ácido pelas células do estômago por caminhos diferentes: são os chamados bloqueadores H2 ( ex: cimetidina, ranitidina.) ou inibidores de bomba de prótons( ex: omeprazol, pantoprazol.) Outra alternativa muito utilizada é a que estimula a motilidade do trato gastrointestinal permitindo que o estômago seja esvaziado de uma maneira mais efetiva: são os pró-cinéticos ( ex: domperidona, metoclopramida.)

Alguns pacientes, mesmo após a otimização do tratamento clínico baseado nos três pilares descritos, mantém a queixa que os levaram ao consultório médico. A cirurgia se torna uma opção nestes casos, e também naqueles indivíduos jovens com programação de uso muito prolongado dos medicamentos ou que, por questões sociais ou financeiras, apresentam dificuldade em mantê-los.

A cirurgia videolaparoscópica com confecção de uma válvula anti-refluxo é uma estratégia já bem estabelecida e com bons resultados. Essa via de acesso minimamente invasiva é atualmente o padrão-ouro permitindo que o paciente retorne às suas atividades laborativas com mais rapidez, sendo imperativo que o paciente mantenha hábitos alimentares saudáveis pelo resto da vida.

A DRGE e uma afecção prevalente na população brasileira e necessita de orientação e tratamento especializado, tendo em vista que pode predispor ao câncer de esôfago. O tratamento é eficaz para o controle dos sintomas e a melhora na qualidade de vida do paciente.

O chamado “intestino preso” tem prevalência de até 10% na população geral, mas é 2-3 vezes mais comum entre as mulheres e idosos. O ritmo intestinal pode variar dependendo da etnia e idade e esta diretamente relacionado aos hábitos alimentares.

O diagnóstico clínico de constipação intestinal requer dois ou mais dos seguintes critérios , durante pelo menos 3 meses:

  • Esforço evacuatório
  • Fezes endurecidas
  • Evacuação incompleta
  • Duas ou menos evacuações por semana

A grande maioria dos casos está associada a ingestão inadequada de líquidos e de fibras, sedentarismo e abuso de laxantes. Existem também pacientes que apresentam constipação intestinal causada por medicações de uso contínuo, como anti-hipertensivos , anti-depressivos e opióides.

Doenças sistêmicas podem desencadear ou agravar a constipação, como por exemplo: hipotireoidismo, diabete melito e doenças neurológicas (Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, Esclerose Múltipla, etc…)

Vale lembrar que o esforço evacuatório e as fezes endurecidas são os principais fatores de riscos para o desenvolvimento de quase todas as patologias anorretais benignas – hemorroidas, fissura anal, prolapso retal e demais.

A consulta com coloproctologista é necessária para avaliar a necessidade de solicitar exames subsidiários para descartar outras doenças, especialmente o câncer colorretal, Doença de Chagas e doença inflamatória intestinal.

A endometriose é uma doença que se caracteriza pela presença de células do endométrio fora do útero, podendo ser identificada em vários órgãos. A verdadeira prevalência é desconhecida, mas estima-se que até 15% das mulheres em idade reprodutiva e 1/3 das mulheres inférteis apresentam endometriose. O acometimento intestinal pode ser identificado em 3-10% dos casos, podendo ser diagnosticado por meio de exame proctológico, colonoscopia, ultrassom transvaginal com preparo e ressonância magnética de pelve.

Os principais fatores de risco são: mulheres com fortes cólicas menstruais refratárias a tratamento convencional, condição sócio econômica elevada por estar relacionada à tendência desse perfil de mulheres protelar a gestação em função do sucesso profissional, sedentarismo, antecedente familiar, mulheres nuligestas, etnia japonesa e obesidade.

A sintomatologia pode ter intensidades variáveis e muitas vezes não estão relacionadas a extensão da doença. As pacientes podem apresentar cólica menstrual intensa, infertilidade, dor na relação sexual, dor pélvica crônica, sangramento intestinal, dificuldade e dor para evacuar.

A indicação da fertilização in vitro, tratamento clínico hormonal e as cirurgias para o tratamento da endometriose pélvica competem ao médico ginecologista. No entanto, quando há comprometimento do cólon, reto, intestino delgado e apêndice cecal existe a necessidade da abordagem conjunta com médico coloproctologista especializado em cirurgias laparoscópicas de endometriose invasiva intestinal.

A remoção da endometriose intestinal demonstrou ser o tratamento mais eficaz para as pacientes sintomáticas, com melhora significante da qualidade de vida.

O Papiloma Vírus Humano (HPV), é a doença sexualmente transmissível mais frequente da região perianal.

A maioria das infecções pelo HPV não possui manifestação cínica, mas cerca de 10-20% dos infectados podem desenvolver verrugas, papilomas ou displasias (início de degeneração celular). A possibilidade de outras infecções associadas como gonorreia, clamídia, HIV, hepatites e sífilis, por exemplo, é relevante sendo sempre indicada a pesquisa das mesmas.

A contaminação pode ser evitada por meio da vacina específica, que possui partículas do vírus estimulando a imunidade a combater e evitar a doença. No entanto, a vacinação está indicada somente para indivíduos não infectados, geralmente na puberdade antes do início da vida sexual.

O diagnóstico é realizado por meio de exame físico e anuscopia, e uma vez diagnosticado o tratamento é mandatório. Existem opções de tratamento clínico por meio de medicamentos tópicos e ressecção cirúrgica com cauterização.

A infecção crônica não tratada pode evoluir para câncer de canal anal, carcinoma espinocelular, na semelhança ao câncer de colo do útero da mulher.

O planejamento terapêutico deve levar em consideração o número, tamanho e aspecto das lesões.

O prolapso retal caracteriza-se por exteriorização das camadas do reto através do ânus aos esforços, pode ser parcial quando somente a mucosa do reto prolapsa ou total quando há eversão de todas as camadas do reto, inclusive a muscular. Geralmente, o tecido exteriorizado pode ser reduzido para dentro da pelve com manobras digitais do próprio paciente.

A doença ocorre após degeneração crônica do assoalho pélvico, evoluindo com flacidez da musculatura de sustentação, descenso perineal e prolapso.

Os principais fatores de risco são: constipação intestinal, idade acima de 60 anos, sexo feminino, partos vaginais, principalmente se episiotomia ampla, período expulsivo prolongado e uso de fórceps.
De modo geral, o prolapso retal é associado a algum grau de incontinência fecal, prurido anal e secreção mucóide.
É necessária adequada avaliação funcional do assoalho pélvico e das comorbidades do paciente para indicação do tratamento cirúrgico, que pode ser por meio de acesso pelo períneo ou abdome (videolaparoscopia).

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